... Em sentimentos que envolvem o universo feminino, pois “Não se nasce mulher: torna-se.” (Simone de Beauvoir)
A dualidade de sentimentos que envolvem o Universo Feminino.

São tantos os sentimentos em busca da identidade feminina, cujos contratempos das emoções transbordadas vão do êxtase secreto à cólera explícita...

Esse blog é um espaço aberto acerca de relatos e desabafos relativos as alegrias e tristezas, felicidades e angústias... Sempre objetivando a solidariedade e ajuda ao próximo.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Eu não suportava mais, outro desafio...

"Os suicidas, mesmo os que planejam a morte, não querem se matar, mas matar a sua dor."
Augusto Cury


Saber que Alfredo estava a procura da certidão de casamento para inciar o processo definitivo de rompimento, era demais para mim. Logo, ele estaria casado e compartilhando toda a nossa vida com àquela o tirara de mim. Então, peguei a escada, subi a procura dos documentos guardados no alto do armário, quando me deparei com o revólver bem guardado, longe do nosso alcance. Engatilhei e apertei contra meu peito, mas nada aconteceu. Destravei o tambor, girei e não havia munição. 

O ódio pelo vazio e a raiva pela impotência de acabar com todo o meu sofrimento, diante do imprevisto ainda me condenaria a testemunhar o casamento de Alfredo. 

Era como se ele estivesse deixado ali a representação da finitude. O término da nossa relação. E, por quê não a mensagem subliminar da minha morte ? Afinal, a minha total ausência seria a solução para que se livrasse definitivamente de mim. Já que havia me tornado um peso em sua nova vida e uma pedra em seu caminho.

Eu não suportava mais, todas as dificuldades econômicas, as dívidas se acumulando feito uma bola de neve ladeira abaixo, o bloqueio do cartão de crédito, a falta de conforto em tomar banho frio em pleno inverno, o despejo iminente, a geladeira vazia. Pela total impossibilidade de conseguir trabalho, enquanto Alfredo gozava de larga confortabilidade, com aquisição de seu imóvel, automóvel, viagens, jantares, festas, em decorrência da felicidade à mim negada. 

A cada situação pelas datas festivas, meu pranto jorrava numa dor insuportável, por sua perda. A família havia se desfeito e não havia como proporcionar aos meus filhos todo conforto e felicidade, um dia conjugando com seu pai. As cobranças eram constantes, numa tortura implacável pela minha derrota.   

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